FACISC emite manifesto a favor de processo de impeachment
11 de dezembro de 2015A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) emitiu nesta quarta-feira (09/12) um manifesto a todos os seus associados em apoio à abertura do processo de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff, bem como ao processo de cassação de mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha junto ao Conselho de Ética.
O documento endereçado aos representantes das 146 associações empresariais pretende chegar aos seus 33 mil associados e alcançar sócios e colaboradores das empresas.
Confira a seguir documento assinado pelo presidente da entidade, Ernesto João Reck:
Manifesto aos Associados do Sistema FACISC
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC, que reúne 146 Associações, e 34.000 empresas, reconhece a importância do atual momento vivido no cenário político e econômico da sociedade brasileira e, por esta razão, atendendo ao anseio de seus associados, emite o presente manifesto em apoio à abertura do processo de impeachment contra a Presidente da República Dilma Rousseff, bem como ao processo de cassação de mandato do Presidente da Câmara Eduardo Cunha junto ao Conselho de Ética.
Cabe esclarecer que a FACISC é uma entidade suprapartidária, não sendo, no entanto, apolítica. Isto porque justamente compreende que a participação da sociedade na política é extremamente importante para o desenvolvimento de uma economia eficiente.
Para todos nós, formadores de opinião, as recentes medidas tomadas pelo Governo Federal e os escândalos de corrupção diariamente noticiados pela imprensa são revoltantes, pois, além de interferirem diretamente em nossas vidas e empresas, ferem os princípios que adotamos para nos guiar e que norteiam nosso dia a dia.
Aliado ao cenário político conturbado em razão dos descumprimentos legais, morais e éticos deflagrados e amplamente divulgados, percebe-se a dificuldade de governabilidade da Presidente da República Dilma Rousseff, a qual não consegue desenvolver o importante papel de articuladora política para superar a atual crise econômica que vivemos, além de desenvolver um governo em desacordo com as promessas de campanha realizadas, reduzindo o direito à livre iniciativa e a auto-organização das empresas.
O processo de impeachment contra a Presidente da República Dilma Rousseff elenca diversas irregularidades por ela perpetradas no exercício de seu mandato, em razão dos descumprimentos à lei de responsabilidade pelas ‘pedaladas fiscais’, sobre as manobras para os ajustes fiscais – que infelizmente restaram aprovadas pelo Congresso Nacional – e pelas omissões quanto às corrupções existentes em seu governo, sendo necessário que referido processo atenda aos preceitos da legalidade.
O processo de cassação do mandato do Presidente da Câmara Eduardo Cunha junto ao Conselho de Ética apresenta fortes indícios para a caracterização de quebra de seu decoro parlamentar diante de posturas que ferem os princípios legais e morais que tanto defendemos.
No entanto, é extremamente necessário – independentemente do resultado do processo de impeachment e do processo de cassação de mandato – que ocorra um imediato ‘choque de gestão’ pois a classe empresarial não suporta mais as dificuldades impostas pelo atual governo, em uma total instabilidade econômica criada pelos fatos atuais e recentes de uma política econômica equivocada e pela corrupção, que estão destruindo, pouco a pouco, a segurança jurídica, fundamental para o mercado funcionar.
É necessário que a classe empresarial, de forma organizada e pacífica, demonstre seu repúdio aos escândalos de corrupção e intensifique a exigência junto à classe política para que votem de acordo com as aspirações da população, que lhes outorgou mandato e os quais não podem, mais uma vez, arcar com as consequências da falta de planejamento e atuação ética do atual governo.
Sendo Santa Catarina um dos maiores pólos industriais dessa nação e, as empresas do sistema FACISC, importantes geradoras de empregos diretos e indiretos no país, com representação de grande fatia do mercado nacional em vários setores, não podemos ficar inertes a todo este processo de colapso da economia e de desconstrução da moral, da verdade e da ética.
É hora de união da classe empresarial e da sociedade civil demonstrarem que juntos podemos e devemos exigir a condução das políticas econômicas, de forma a propiciar o crescimento de nossas empresas, ampliando a geração de empregos e renda, buscando o desenvolvimento econômico sustentável e de gestão responsável, aliada à necessária manutenção de nossos princípios éticos.
Que este seja apenas mais um novo passo de uma cultura de envolvimento da sociedade com a política brasileira, para que – JUNTOS – possamos protagonizar uma nova era política e econômica em nosso país.
Atenciosamente
Ernesto João RECK
Presidente da FACISC
Fonte: FACISC
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