Impostos consumiram 153 dias de trabalho

5 de janeiro de 2017

Os brasileiros trabalharam 153 dias em 2016 apenas para pagar impos­­­­­­tos. Somente depois de 1º de junho é que os salários pararam de alimentar os cofres públicos.

Os brasileiros trabalharam 153 dias em 2016 apenas para pagar impos­­­­­­tos. Somente depois de 1º de junho é que os salários pararam de alimentar os cofres públicos. Foi, portanto, o ano que mais exigiu do traba­­­lhador em termos de tributos. Mesmo assim, o total arre­­­­ca­­­dado pelo Governo Fede­­­­­ral não deve apresentar um crescimento forte. De acordo com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), pela primeira vez em anos, o montante deve se equiparar ao do ano anterior. E isto é reflexo da crise econômica, que derru­­­­­bou o consumo e a produção, reduzindo também o volume da arrecadação.

“Chegamos, pela primeira vez, a R$ 2 trilhões em 2015. E repetimos o valor em 2016. Será a primeira vez, em muitos anos, que a arrecadação deve se igualar ou até cair em termos reais. Ela sempre crescia por conta da inflação, do crescimento da economia ou de aumentos de impostos. Mas o ano passado foi de atividade econômica muito fraca. A indústria, que é o principal gerador de impostos, por exemplo, teve um desempenho muito negativo, fazendo com que a arrecadação ficasse no nível da do ano passado”, explicou o economista da ACSP Marcel Solineu.

Ele ainda diz que a queda provocada pela crise econômi­­­­­­ca foi tão grande que o montante só vai se equiparar ao de 2015 por conta da inflação e da repatriação. De um lado, a inflação alta aumentou a arrecadação porque elevou os preços dos serviços e bens de consumo. Do outro, a repatriação gerou um bônus de R$ 46,8 bilhões aos cofres públicos.

Mesmo assim, os números ainda assustam. De acordo com a (ACSP), para chegar aos R$ 2 trilhões na hora da virada, o Brasil arrecadou quase R$ 12 bilhões por dia. Isso significa que os contribuintes destinaram 41,8% do seu rendimento médio apenas para o pagamento de impostos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

Fonte: Impostômetro